Estudo global mostrou que 44% das pessoas se sentem estressadas no trabalho; discussões sobre burnout, boreout e brown-out ganham cada vez mais visibilidade
Você já se sentiu tão esgotado, física e emocionalmente, parecendo que não consegue mais lidar com as demandas da vida - seja no trabalho, nos cuidados com a casa ou nos relacionamentos com amigos e família? Se sim, você pode estar experimentando o burnout, síndrome cada vez mais comum causada por esgotamento físico, mental e emocional.
O termo burnout ganhou visibilidade nos anos 1970 após trabalhos de Christina Maslach e Herbert Freudenberger. Ganhou legitimidade científica ao ser classificado como síndrome pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que assim o define: "um estado de esgotamento físico e mental resultante de um estresse crônico no trabalho".
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Burnout
O reconhecido escritor sul-coreano Byung Chul-Han diz que o burnout é uma consequência da sociedade contemporânea caracterizada pela cultura do desempenho e da positividade obrigatória. Uma cultura que valoriza a produtividade acima de tudo, onde o descanso é negligenciado em favor do trabalho incessante. Como resultado, mais e mais pessoas estão se sentindo esgotadas e incapazes de encontrar um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
O relatório "State of the Global Workplace 2023", da empresa de pesquisas de opinião Gallup, ouviu 122 mil empregados de diversos países em 2022 em um estudo que investigou o estado emocional dos participantes. Os números mostraram que 44% dos respondentes se sentem estressados diariamente no trabalho. Além disso, outros 21% disseram sentir raiva todos os dias enquanto estão no ambiente empresarial.
Mas… você sabia que o burnout não é a única dessas consequências do estresse e da vida 24 por 7 que nos consome? Existem outros dois termos, menos famosos, mas igualmente ricos em conteúdo: o boreout e o brown-out.
Bore out
O termo boreout foi popularizado com o livro “Diagnose Boreout”, dos autores Philippe Rothlin e Peter Werder, de 2007. Para eles, o boreout é um estado em que o indivíduo está lidando com as consequências da desmotivação e do tédio no trabalho devido à falta de desafios e de responsabilidades.
Em entrevista à British Broadcasting Company (BBC), a professora de comportamento organizacional na EM Lyon Business School, Lotta Harju, que estudou o tema por anos, o define simplesmente como “tédio crônico” e uma “experiência de que o trabalho realmente não tem nenhum propósito e de que não há sentido."
Brown-out
O brown out seria o estado intermediário entre burnout e boreout. Caracteriza-se por um declínio gradual no entusiasmo e na motivação no trabalho devido a condições de trabalho insatisfatórias ou falta de reconhecimento. Pode resultar em sentimentos de desilusão e desengajamento.
O médico clínico-geral francês François Baumman, que lançou em 2018 um livro sobre brown-out, conceitua o termo como um conjunto de sintomas relacionados ao sofrimento profissional. “É uma espécie de desconexão da realidade, uma perda de interesse, uma tomada de consciência do absurdo das tarefas que são realizadas. É um conceito novo, mas que resulta do burnout e do boreout. São estados depressivos com aspectos diferentes”, explicou em entrevista à Radio France Internationale.
Se você está se sentindo sobrecarregado, lembre-se de que não está sozinho e que buscar apoio é fundamental. Priorize o autocuidado, estabeleça limites no trabalho e não tenha medo de pedir ajuda quando necessário. Juntos, podemos criar uma cultura de trabalho mais equilibrada e saudável para todas as pessoas.
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A fadiga provocada por essas três síndromes denúncia a plenos pulmões que o desgaste psicossomático está à beira da severidade ou já ultrapassou a fronteira do suportável.
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